ABNT inicia revisão de normas de projeto proposta pelo CAU/BR
Trabalho envolve duas comissões, integradas por todas as entidades interessadas no tema
16 de setembro de 2014 |
Teve início oficialmente no dia 12/09/14 a revisão das quatro normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) que tratam de conceitos de projetos arquitetônicos e urbanístico, estudo preliminar, anteprojeto, projeto completo e projeto executivo, solicitada pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR). A medida é reivindicação antiga da categoria e beneficiará toda sociedade.
Para realizar o trabalho, em reunião realizada naquele dia em São Paulo, foram reativadas duas comissões da ABNT. Uma delas, a CE-02:138.42 (Comissão de Estudo de Elaboração de Projetos, Representação Gráfica e Atividades Técnicos de Arquitetura), cuidará da revisão das seguintes normas, consideradas desatualizadas:
– ABNT NBR 6492:1994 – Representação de projetos de arquitetura
– ABNT NBR 13531:1995 – Elaboração de projetos de edificações – Atividades técnicas
– ABNT NBR 13532:1995 – Elaboração de projetos de edificações – Arquitetura
A outra é a CE-02:139.09 (Comissão de Estudo de Participantes dos Intervenientes em Serviços e Obras de Engenharia e Arquitetura), que se encarregará da revisão de outra norma também considerada inadequada para a realidade atual:
– ABNT NBR 5671:1990 – Participação dos intervenientes em serviços e obras de engenharia e arquitetura.
A reunião ocorreu na sede do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de São Paulo (SINDUSCON/SP). Na ocasião, foram escolhidos como Coordenadora e Secretário da CE-02:138.42, respectivamente os arquitetos e urbanistas Saide Kahtouni, da Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas (ABAP) e Cicero Alvarez, da Federação Nacional de Arquitetos e Urbanistas (FNA). A escolha do Coordenador e do Secretário da CE-02:139.09 ocorrerá na segunda reunião, que deverá ocorrer ainda em setembro.
Participaram também do encontro, coordenado pelo arquiteto e urbanista Paulo Eduardo Fonseca de Campos, superintendente do CB-02 (Comitê Brasileiro de Construção Civil) da ABNT, Gilson Paranhos pelo CAU/BR, Gilberto Belleza pelo Instituto de Arquitetos do Brasil) e representantes da FAU USP, FIESP, SINDUSCON, SINAENCO (Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva), GAFISA, entre outros. A Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura (AsBEA), a Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e Urbanismo (ABEA) igualmente apoiam a revisão.
A VALORIZAÇÃO DO PROJETO
A revisão das normas proposta pelo CAU/BR tem como objetivo valorizar o projeto como instrumento de qualificação de nossas cidades e edificações públicas, foco das preocupações das entidades de arquitetura e engenharia nos debates em curso sobre a nova lei de licitações, a modalidade de contratação integrada e o RDC (Regime Diferencial de Contratação Pública).As normas a serem revisadas, validas também para as construções privadas.
Paulo Eduardo Fonseca de Campos, superintendente do CB-02, estima de oito a doze meses o prazo de conclusão da revisão. Todas as propostas deverão passar por consultas públicas para possíveis aprimoramentos, antes de entrarem em vigor.
Entre outros benefícios, as novas normas contribuirão para atualizar as exigências do Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H) do Ministério das Cidades, pré-requisito para as empresas construtoras aprovarem projetos junto à Caixa Econômica Federal para participarem do programa Minha Casa, Minha Vida. Da mesma forma, as futuras normas deverão acabar com confusões terminológicas que afetam o entendimento de conceitos como anteprojeto, que os defensores da contratação integrada assumem como instrumento suficiente para a licitação de obras públicas, o que as entidades de arquitetura e engenharia contestam por se tratar apenas de um elemento preliminar de especificação do empreendimento.
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ABNT revisará normas de projetos arquitetônicos, por sugestão do CAU/BR
Publicado em 16/09/2014
Quando terá uma uma revisão voltada mais para o projeto mecânico, como cores de layers para cotas, contornos, etc… e espessuras das mesmas. Muito ruim o fato de empresas trabalharem com cores de layer diferente como contorno cyan, outra usa vermelho e assim por diante.
Quando ficará pronto as normas atualizadas?
É muito bem vinda à revisão das normas técnicas voltadas a representação da arquitetura. Como arquiteto da Prefeitura de Porto Real e professor de desenho de Arquitetura e de Urbanismo, posso dizer que este processo foi muito aguardado. Devemos aproveitar o momento para considerar parâmetros a serem adotados na produção dos desenhos de arquitetura em meio digital. A quantidade de cursos de AutoCad provocou uma queda na qualidade dos desenhos técnicos e isso deve ser considerado principalmente na revisão da NBR-6492.
Demorou um pouco mas nos conscientizamos da necessidade de participação dos arquitetos no processo de elaboração e revisão das Normas Técnicas.Parabéns !!
Acho ótimo a revisão e também a sua gratuidade, como já sugerido por outros colegas. Também acho oportuno, se for o caso,alterarmos o termo de acobertamento em RRt quanto a execução de obras que é realizada por empreiteiros sem técnica e assumida por profissionais
Muito boa a iniciativa da entidade de atualizar as normas de projetos arquitetônicos, assim como as de desenho técnico. Sou professor acadêmcico na área de desenho técnico arquitetônico e considero a norma NBR 6492/94 incompleta com o surgimento de projetos diferenciados como teto refletido que não constam na norma permitindo que cada profissional represente graficamente como convem.
Por outro lado não considero desatualizada uma vez que, com o advento do AutoCAD não se desenha à mão para depois desenhar à nanquim profissionalmente. No entanto, na faculdade é necessário que o aluno aprenda os primeiros passos desenhando na prancheta com escalímetro e par de esquadros para depois desenhar em ambiente CAD. Portanto, peço a comissão que não retire os modelos à lápis exemplificados na norma e se puder inclua exemplos em CAD com fontes “letra específica” em CAD.
Cabe lembrar que deveriam ter feito uma errata para a norma NBR6492 na página 19 no exemplo de nº da folha e nº do desenho da folha, pois as indicações estão invertidas! Sugiro e assim ensino aos alunos que, na cabeça da chamada para cortes ou detalhes, indicar como “nº do desenho” e no outro espaço indicar como “nº da prancha”, pois da maneira como está escrito a palavra “folha” confunde a interpretação de onde será o desenho e a folha.
Outra questão é a fiscalização na maioria dos escritórios de arquitetura que não seguem a padronização dos componentes gráficos que constam nas normas e consequentemente representam de várias maneiras como norte magnético, chamadas para cortes e detalhes, etc. As concessionárias e órgãos públicos também deveriam exigir representações que seguem as normas de desenho. Se há uma norma vigente que está consonância com as normas internacionais, por que cada um desenha como quer? Daí de nada valeria a revisão e aplicação das mesmas.
Me coloco a disposição de qualquer comissão para dar apoio técnico na revisão das normas de desenho técnico e elaboração de projetos arquitetônicos.
Atenciosamente,
Fernando Rocha, Msc.
CAU/RJ
Sou arquiteta do quadro da empresa Baiana de Aguas e Saneamento SA no Estado da Bahia. Considero Muito louvável o incentivo e articulação do CAU em iniciativa de grande importancia para melhoria da qualidade das obras das políticas publicas em vigor.
Um forte abraço
Lucia Regina Dias Bugarin
CONSIDERO A ABNT UM ORGÃO DE SUMA IMPORTÂNCIA AO PAIS, TODAVIA NÃO ACHO CORRETO COBRAREM PELOS ARQUIVOS DAS NORMAS, AFINAL ISSO É DE INTERESSE PÚBLICO, INCLUSIVE A SUA SIMPLES CONSULTA. ASSIM PEÇO A GENTILEZA DESSE NOSSO CONSELHO DE INTERVIR QUAMTO A ESSA QUESTÃO. QUANTO MAIS DIVULGADA AS NORMAS, MAIS QUALIDADE DE VIDA CONSEGUIMOS.
Prezado Rodrigo, a ABNT é uma entidade privada, que se financia com a venda das normas. O que o CAU fez foi se associar à ABNT para conseguir 50% de desconto para os profissionais registrados. Saiba mais em http://www.abntcatalogo.com.br/cau/
Não devemos apenas nos ater na alteração das normas, mas trabalhar para que os projetos que forem apresentados em não conformidade com as mesmas sejam recusados pelos órgãos competentes e fiscalizadores e desta forma podermos valorizar o nosso trabalho sem que “qualquer um” faça uma série de riscos e rabiscos nomeia de projeto e as prefeituras e órgãos competentes o acolhem como documento hábil.
Apoio veementemente esta iniciativa e gostaria muito de participar da elaboração da mesma, contribuindo com um pouco do meu conhecimento para a valorização da classe.
Arquiteto Dirceu Maciel
CAU – BR 12.060-0
Rio de Janeiro – RJ
Como é bom a leitura de textos de nossa área onde não encontramos a palavra “projeto básico”.
“Todas as propostas deverão passar por consultas públicas para possíveis aprimoramentos, antes de entrarem em vigor.” Que se cumpra o exposto, que este publico seja de profissionais que labutam na área, dia a dia, e poucas ou melhor nenhuma vez são ouvidos, deem vez aos profissionais práticos e experientes, com anos de vivencia (só tenho 30) a oportunidade minima de testar os pontos; antes das “linhas” se tornarem normas e leis.
Parabéns ao CAU/BR por esta iniciativa. Ministro aulas de Desenho arquitetônico há anos, e sempre discutimos em sala a desatualização destas normas. Resta também ao CAU disponibilizar de forma gratuita a nova norma aos arquitetos registrados (quando publicada), tendo em vista que é um trabalho também do CAU.
Como Arquiteto e RD do Núcleo do Sistema de Gestão da Qualidade da Secretaria de Estado de Obras Públicas do Estado do Pará, parabenizo o CAU/BR pelo esforço no sentido de tornar padrão a linguagem terminológica que conduzirá o pacote de projetos à conformidade que resultará no bom resultado final da obra.