CAU/BR assina acordo com o American Institute of Architects
Memorando viabilizará fiscalização do exercício profissional
2 de julho de 2014 |

Da esquerda para direita: Roberto Simon, Fernando Diniz Moreira (conselheiros do CAU/BR), Luciano Lazzari (presidente do Conselho de Arquitetos da Europa), Helene Combs Dreilling (presidente do Instituto Americano de Arquitetos), David Karotkin (presidente do Instituto de Arquitetos da Austrália), Haroldo Pinheiro (presidente CAU/BR), Elizabeth Chu-Richter (vice-presidente e próxima presidente do AIA) e David Parkin (presidente do Instituto de Arquitetos da Austrália)
O Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR) assinou, em cerimônia realizada no último dia 24/06, em Chicago, memorando de entendimento com o American Institute of Architects (AIA). O acordo viabilizará contratos padrões e arcabouço jurídico para disponibilização de serviços de arquitetura, responsabilização, seguro e gestão de riscos, acessíveis aos arquitetos de ambos os países.
O documento foi assinado pelo presidente do CAU/BR, Haroldo Pinheiro, e pela presidente da AIA, Helene Combs Dreilling. A cerimônia ocorreu durante o encontro do Conselho Diretor do AIA que precedeu à Convenção do instituto.
“O acordo abre caminho para o diálogo direto entre as duas instituições e formaliza a cooperação nas áreas de regulação e proteção profissional, facilitando a fiscalização dos arquitetos norte-americanos que executam projetos para empreendimentos no Brasil e vice-versa. Um dos benefícios factíveis, por exemplo, será coibir a prática dos “laranjas” que assinam projetos estrangeiros feitos para o Brasil”, diz Haroldo Pinheiro.
Para ele, o acordo é mais um reconhecimento internacional da importância do CAU/BR. “Além disso, a ida a Chicago foi igualmente proveitosa por estreitar as relações com outros conselhos de diversos países, criando oportunidades para novos entendimentos internacionais”.
Em seu discurso, a presidente do AIA, Helene Combs Dreilling, enalteceu a criação do CAU/BR como um importante passo para a melhoria da prática da arquitetura no país, destacando o desafio da implantação, em curto prazo, de um conselho com mais de 100 mil profissionais.
Na ocasião, Haroldo Pinheiro recebeu a Medalha Presidencial pelos seus serviços em prol da arquitetura no continente. Além dele, foram homenageados o presidente do Australian Institute of Architects, David Karotkin, e o presidente do Conselho de Arquitetos da Europa, Luciano Lazzari.
Os conselheiros federais Roberto Simon (SC), coordenador da Comissão de Relações Internacionais, e Fernando Diniz Moreira (PE), coordenador da Comissão de Ensino e Formação, que negociaram o acordo, acompanharam a viagem. Em paralelo ocorreu o 13º. International President’s Forum e foi assinado acordo com o National Architectural Acrediting Board (NAAB).
AIA – Fundado em 1857, o American Institute of Architects (AIA) é uma organização profissional composta por arquitetos licenciados, formada para “promover o aperfeiçoamento científico e prático de seus membros” e “elevar a dignidade da profissão”.
Entre outros itens, o memorando assinado entre o CAU/BR e o AIA tem as seguintes intenções:
1. Prover contratos padrões e arcabouço jurídico para disponibilização de serviços de arquitetura, responsabilização, seguro e gestão de riscos, acessíveis aos arquitetos de ambos os países.
2. Afirmar e promover aos membros os princípios básicos do Acordo sobre Padrões Internacionais de Profissionalismo Recomendados na Prática da Arquitetura adotado pela União Internacional dos Arquitetos (UIA), em junho de 1999, em Pequim, China.
3. Apoiar o desenvolvimento de padrões para o projeto e a construção, alcançando a melhor performance da obra e proteção ao público.
4. Estabelecer critérios consistentes de qualificação profissional e diretrizes curriculares nacionais baseadas em padrões internacionais, como a Carta para a Educação dos Arquitetos da UNESCO/UIA.
5. Prover palestras de especialistas e material de aprendizagem para expandir as ferramentas e as oportunidades de aprendizagem.
6. Apoiar e desenvolver ações políticas efetivas para influenciar formadores de opinião e formuladores de políticas para criar melhores legislações e ambiente para o desenvolvimento da boa arquitetura.
7. Promover a arquitetura e os arquitetos brasileiros e norte-americanos internacionalmente, por meio de exposições, palestras, premiações, publicações e programas de intercâmbio.
O memorando tem a duração de cinco anos e pode ser renovado conforme o interesse das partes. O AIA e o CAU/BR indicarão representante para servir como contato entre as organizações. Esses indivíduos facilitarão a comunicação entre as duas organizações.
Convenção Anual do AIA deste ano reuniu 23 mil participantes, sendo 80% profissionais e o restante estudantes e expositores. Nos Estados Unidos, para manter suas licenças, os arquitetos precisam comprovar atividades de educação continuada, o que a Convenção proporcionou com um programa extenso de palestras magnas, cursos, workshops, sessões de debates e tours. Em paralelo, foi realizada uma feira de materiais e serviços na área de construção. Outra atividade foi o 13º. International President’s Forum, que reuniu os presidentes de 10 organizações nacionais e 3 continentais de arquitetura, além da instituição mundial dos arquitetos. Clique aqui para saber mais sobre o fórum.
Na opinião do conselheiro Roberto Simon, as profundas transformações na área tecnológica e, em particular, na arquitetura, abriram caminhos para uma melhor qualificação no resultado do projeto. “Ao mesmo tempo, essas mudanças impuseram a necessidade de um maior relacionamento e de um nivelamento dos conhecimentos entre os profissionais de diferentes países”. Os acordos com instituições internacionais como a AIA proporcionam uma maior troca e, para Simon, o CAU/BR “deve ir ao limite, com outras iniciativas que se apresentarem para atendermos melhor a sociedade, objeto de nossa atenção maior, e ao arquiteto, naturalmente”.
Publicado em 02/07/2014. Atualizado em 09/07/2014.
Boa tarde, gostaria de sabe se esses acordos vão facilitar em alguma coisa, a imigração de arquitetos brasileiros para trabalhar nos USA.
Parabéns! Fiquei muito feliz .Gostaria também se haverá possibilidades e facilidades de cursos de especializações ou pós-graduação nos EUA país para brasileiros.
Ambientar-se no senario internacional vai de encontro com as premissas deste nosso novo e recem criado conselho que vem respondendo com competencia os desafios da profissao e de se louvar tal iniciativa!
Parabens aos Arquitetos!!!
Colegas, desejo colaborar com eventuais programas a serem desenvolvidos pela parceria CAU/AIA
Ver acima.
Prezados colegas. Gostaria de oferecer minha colaboração para os eventuais programas a serem organizados pelos CAU/AIA. Sou formado pela Universidade de Illinois no programa de gaduação e cursos pós graduados de Planejamento Regional e Urbanismo. Mantenho contato com varios colegas nos EEUU alem de ter sido diretor do IAB e um dos fundadores do SAESP. No meu C.V.tenho uma longa trajetória de projetos executados e publicados.
Havendo interesse na minha oferta, fico a disposição para um contato pessoal.
Gregório Zolko
P.S. Mantenho escritório em São Paulo junto com minha filha Karen, tambem arquiteta formada pela mesma universidade.
Ótima iniciativa, Parabéns! Vem nos entusiasmar a trabalhar e especializar mais e mais. Gostaria de saber se em paralelo abrir-se-á possibilidades e facilidades de cursos de especializações ou pós-graduação naquele país para brasileiros.
Excelente iniciativa fazerem esse acordo entre os países para fiscalização e estreitamento de relações profissionais, pois temos muito a aprender com nosso colegas americanos, que diferentemente do que muito pensam, o cidadão americano é muito preocupado com tudo que se diz respeito a bem estar e meio ambiente. E particularmente achei maravilhoso o nosso presidente Haroldo Pinheiro ter falado “mesmo que sejamos considerados o ‘país do futuro’, como disse Stefan Zweig, ainda não fomos capazes de construir este país para o futuro. Não investimos em infraestrutura, estradas, portos, aeroportos, transporte, educação. E sem a educação nenhum país tem futuro”. O que é a mais pura verdade, pois se a educação do brasileiro fosse melhor, não estaríamos a “anos-luz” de distância dos outros países desenvolvidos.