João da Gama Filgueiras Lima, o Lelé, destaque na “Bienal de Veneza”
O mais importante evento de arte do mundo consagra o arquiteto como referência mundial em modernismo.
15 de abril de 2014 |
O arquiteto e urbanista que mudou a imagem de Salvador com a criação das passarelas metálicas para pedestres, e fez a cidade servir como referencia para várias metrópoles no Brasil, agora passa a ser considerado uma referencia mundial em modernismo. É o carioca João da Gama Filgueiras Lima, o Lelé que ganha destaque na “Bienal de Veneza”, o mais importante evento de arte do mundo.
O modernismo de João Filgueiras Lima está na programação da “14 ª Bienal Internacional de Arquitetura de Veneza”’ que começa dia 7 de junho e vai até 23 de novembro. É uma das maiores atrações da secular “Bienal de Veneza” que começou no final do século XIX e teve a edição de artes no ano passado. Desde janeiro, quando o arquiteto holandês Rem Koolhaas, curador do evento, anunciou o tema escolhido, o trade de arquitetura está em polvorosa.
Rem Koolhaas já esteve no Brasil em 2012 para ver uma exposição sobre Lina Bo Bardi, a arquiteta italiana que criou o espaço “Casa do Benin” e o “Teatro Gregório de Matos” em Salvador. Quando fez o anunciou do tema de Veneza disse que a Bienal era sobre arquitetura e não sobre arquitetos. Agora o jornal Folha de São Paulo deu detalhes sobre a participação dos trabalhos de Lelé, de Lina Bo Bardi e de Oscar Niemeyer entre outros modernistas brasileiros.
Fonte: Tribuna da Bahia
ORGULHO DE TERMOS TIDO LELÉ,O NOSSO MAIOR ARQUITETO-
fusão da arquitetura socialmente engajada com a arte e a tecnologia.
Um ser humano completo.
– Dever cumprido, Lelé.
Tania Horta
O que dizer numa hora dessas? Perdi um amigo, além de um mestre. Muitos anos depois de ter deixado de trabalhar com ele, sempre que nos encontrávamos era como se não tivesse havido intervalo. Sempre bem humorado (tinha momentos difíceis como todos nós). É uma perda para a Arquitetura e, me permito dizer, para a humanidade. Admirável como profissional, mas acima de tudo um Homem com princípios éticos hoje tão raros.
O que dizer numa hora dessas? Antes de tudo perdi um amigo. Sempre que nos encontrávamos era uma festa. Um ser humano como poucos que valorizava as pessoas, nunca se deixando levar pelos elogios (merecidos) julgava-se apenas um trabalhador como outro qualquer, nascido pobre nunca se vendeu em troca de dinheiro. Um exemplo para todos que tiveram a oportunidade de conviver com ele. Aceitava as impertinências de seus colaboradores o os estimulava a dar o melhor de si. Certa vez brigamos feio no fim do expediente – (não me lembro o motivo) e meus colegas acreditaram que ele não me aceitaria no outro dia. Voltei e continuei o que estava fazendo. Ele chegou mais tarde e fez de conta que não tinha havido nada. Uma alma ímpar.
Infelizmente Lelé partiu hoje.
Foi, para mim, o arquiteto contemporâneo que mais se aproximou em importância , do que representou Palladio no século XVI.
Lelé escreveu, com suas obras, tratados de arquitetura sobre método, beleza e técnica.
Deixa um enorme legado para as próxima gerações. Legado este tão rico que seu conhecimento, por si só, constituirá aprendizagem por muitos e muitos anos nas escolas em que não lecionou.
Obrigado Mestre !
Infelizmente Lelé partiu hoje. Sua arquitetura e seu exemplo como homem deixarão, para sempre, a marca da ousadia e da confiança num mundo melhor.
Foi, para mim, o arquiteto contemporâneo que mais se aproximou em importância , do que representou Palladio no século XVI.
Lelé escreveu, com suas obras, tratados de arquitetura sobre método, beleza e técnica.
Deixa um enorme legado para as próxima gerações. Legado este tão rico que seu conhecimento, por si só, constituirá aprendizagem por muitos e muitos anos nas escolas em que Lelé não lecionou.
Obrigado Mestre !
Fico muito orgulhosa e feliz de ver um brasileiro ser reconhecido ainda em vida lá fora e triste por não ver isso em nosso próprio país.
Até hoje não me conformo qdo vejo a revitalização da praça XV no RJ sem a caneta do Oscar Niemeyer… agora é tarde ! Infelizmente.
Justíssima Homenagem. Uma arquitetura humana, bela, sustentável e funcional.
Mais do que merecido! Vale lembrar que o Lelé, juntamente com o Paulo Mendes da Rocha, tiveram suas obras mostradas na 7 Bienal de Arquitetura de Veneza com a exposição “Arquitetura, Cidade e Território”.
É COM MUITA ALEGRIA QUE VEJO UMA HOMENAGEM TÃO MERECIDA.
IMENSA SATISFAÇÃO DE TER TIDO A OPORTUNIDADE DE TRABALHAR COM PROFISSIONAL BRILHANTE E DE UMA HUMANIDADE EXEMPLAR.
INESQUECÍVEL FÁBRICA DE ESCOLAS “lele´”.
Absolutamente merecido…. maior arquiteto do Brasil desde algum tempo. Parabéns.
Grande arquiteto, João Filgueiras Lima, o Lelé. Excelente profissional. Justa homenagem!
Por favor, corrijam – sou do RS. E gostaria de ter o seu contato para fazermos uma matéria este ano, nosso ano VI.
Obrigada
Sou eterna fã de Lelé. Fiz meu mestrado, pesquisei seus projetos, tive apoio da equipe do Hospital Sarah. Ele é um dos arquitetos que revolucionou os hospitais trazendo o humanismo, o cuidado com as pessoas que sofrem, o respeito e o cuidado com o ser humano, rompendo com outras arquiteturas que desconsideravam o conforto ambiental valorizando mais a forma.. Valoriza a vida na arquitetura – nosso papel como arquitetos! Trouxe a rapidez na execução devido ao projeto e a estrutura, o que o país precisa. Ele merece isso e muito mais! Ele foi o meu guru e sempre será!
A revista O Cuidador tem lugar para falar dele e de sua humanidade. Aqui http://www.ocuidador.com.br
Tive a oportunidade de conhecer o Lélé enquanto estudante no ano de 2004 no Sarah Kubitschek em Salvador. Uma pessoa e profissional invejável por sua humildade e generosidade, sempre disposto a responder as perguntas daqueles jovens sedentos por conhecimento. Lembro que ele disse: ” O bom Arquiteto deve observar como todas as coisas há sua volta funcionam, treinem seus olhos e sejam curiosos”. Parabéns Mestre Lélé, mais que merecido.
Alguns dos grandes legados de Lelé para a arquitetura brasileira: a experiência das escolas pre-fabricadas em concreto do Rio de Janeiro, incluindo os CIEPs. Os hospitais SARA monumentos arquitetônicos sustentáveis contemporâneos. As escadarias drenantes nos morros cariocas e as passarelas metálicas de Salvador, paradas de ônibus e outros “artefatos urbanos” mostram até onde um profissional de arquitetura pode “atuar” em benefício da população.
merecidíssimo! grande homem para o Brasil!
O nome correto dele é ‘Filgueiras’ ou ‘Figueiras’?
Filgueiras, como está na matéria mesmo.
Gostaria de receber mais informações sobre as obras e feitos que serão destaques e que se referem à arquitetura no Brasil, na “Bienal de Veneza.”
Sempre avesso às bajulações e inimigo do estrelismo, muito do seu trabalho só foi reconhecido já tardiamente. Seu objetivo foi sempre fazer o melhor possível dentro das limitações, tanto políticas quanto financeiras. Pode-se dizer que é um homem “dos antigos” que nunca aceitou comissão de fornecedores, mesmo quando especificava grandes quantidades – pela qualidade do material. É ótimo que não ficou para ser reconhecido depois de morto. Não que isso o impressione. Ele se sente imbuído de uma missão. Não importam os aplausos. Nunca se sente realizado. Ainda não atingiu a meta que estabeleceu para si mesmo.
Lelé deu aulas na Unb antes da revolução de 64 fechar a área nos anos 60. Quando em “aula maior” no auditório era mestre em revelar um bom humor invejável. Tratava a arquitetura como uma irmã caçula que precisava de colo e amparo e revelava em linhas o amor pela escolha da profissao. Um reconhecimento merecido a um mestre ousado que colhe os frutos de sua arte no urbanismo inovador.
Salve, Lelé: patrono na minha colação de grau!