O Brasil perde Lelé, o arquiteto que uniu arte e tecnologia – o construtor
João Filgueiras Lima morreu hoje em Salvador. Sua trajetória é marcada pela beleza e inovação técnica em suas obras
21 de maio de 2014 |

“Para o arquiteto exercer sua profissão de uma forma plena, ele tem que participar da construção em todos os níveis”. Lelé (1932-2014).
Atualizada em 22/05/2014 às 10h50
Considerado por Lúcio Costa um dos três mais importantes nomes da Arquitetura Modernista Brasileira, “o arquiteto onde a arte e tecnologia se encontram e se entrosam – o construtor”, faleceu na manhã de hoje (21/05), em Salvador, o arquiteto João Filgueiras Lima, o Lelé. Ele foi responsável por obras que transformaram a forma como o Brasil olhava sua Arquitetura. Desde o trabalho na construção de Brasília, passando pela criação da Fábrica de Escolas do Rio de Janeiro e do Centros Integrados de Educação Pública no Rio de Janeiro (ambos em parceria com Darcy Ribeiro) pela Fábrica de Equipamentos Comunitários em Salvador até o desenvolvimento do Centro de Tecnologia da Rede SARAH de Hospitais, ele soube como ninguém unir técnica e arte, função e sensibilidade.
Lelé estava há longo tempo enfermo em decorrência de um câncer. Seu corpo, após ser velado em Salvador esta manhã, chegará ao Congresso entre 18hs e 19 hs. O caixão será conduzido pela rampa do Congresso até o salão nobre da Câmara dos Deputados, onde Lelé será velado até às 6 hs de sexta-feira (23/05). Em seguida, o caixão será conduzido até a capela No. 1 do Cemitério Campo da Esperança, para as últimas despedidas a Lelé. O sepultamento ocorrerá às 10 hs na ala reservada aos pioneiros de Brasília.
Natural do Rio de Janeiro, tinha 82 anos. O arquiteto deixa viúva, a arquiteta Alda Rabello Cunha; as filhas Luciana, Sônia e a arquiteta Adriana Rabello Filgueiras Lima; e os netos João, Gustavo e Paulo.
Para Haroldo Pinheiro, presidente do Conselho, “a morte de Lelé significa a perda de um profissional de extrema solidariedade, comprometido com a dimensão ética da arquitetura, que colocou seu domínio completo da arte de projetar e construir a serviço sobretudo de obras públicas em programas sociais. Por falta de uma cultura arquitetônica maior, o País talvez não tenha conhecimento exato dos méritos dele, do quanto ficamos empobrecidos culturalmente nesse momento. E justamente quando a sociedade exige cidades com espaços e equipamentos coletivos de boa qualidade, frutos de propostas criativas, uso com sabedoria da tecnologia e economicidade. Além disso, do ponto de vista pessoal, perco meu mestre e amigo, pois com ele trabalhei de estudante até agora”.
O CAU/BR decretou luto oficial de três dias pela morte de Lelé. Veja aqui o ato declaratório.
O arquiteto brasileiro será um dos homenageados da 14a. Bienal de Arquitetura de Veneza, que começa no dia 7 de junho. Sob o título “Fundamentais”, a Bienal se propõe a apresentar como as arquiteturas nacionais absorveram a modernidade e como eventualmente a mantiveram. Lelé será apresentado como uma espécie de ponte entre os arroubos formalistas da primeira fase do modernismo no país e o uso desse repertório em obras mais funcionais. Saiba mais aqui.

Centro de Reabilitação Sarah Kubistcheck no Lago Norte, em Brasília (DF). Projeto de João Filgueiras Lima (Lelé). Foto de Nelson Kon.
PROJETOS– Lelé foi o criador de soluções para construções pré-fabricadas e em série. Em viagens aos países do Leste Europeu, em meio à construção da Universidade de Brasília, especializou-se na fabricação e no uso de pré-moldados, aprimorando um método de trabalho desenvolvido a partir doas primeiros alojamentos para operários, utilizando inicialmente a madeira e depois o concreto armado. Anos depois, desenvolveu processos de industrialização de argamassa armada. A parte dessas técnicas que dominava com maestria, ergueu edifícios modernos e singelos. Sua marca está impressa nas formas da Rede SARAH de Hospitais, com sedes em Brasília, Salvador, Curitiba, São Luís, Fortaleza, Belo Horizonte, Belém e Macapá. Nesses hospitais voltados principalmente para reabilitação, os projetos aproveitam a luz e ventilação naturais, dispensando o uso de ar condicionado e diminuindo o risco de infecção hospitalar.
Em 1992, fundou em Salvador o Centro de Tecnologia da Rede SARAH (CTRS), espécie de fábrica-escola destinada a projetar e executar obras da rede e novos equipamentos de tratamento. “Quem quiser projetar um hospital atualizado tem antes que conversar com o Lelé”, disse certa vez Oscar Niemeyer.
Antes disso, Lelé teve outras experiências marcantes na capital baiana, como a criação do Centro Administrativo da Bahia, em 1973. São prédios suspensos por vigas e pilares, de forma a preservar a mata atlântica ainda existente e acompanhar a topografia caprichosa do local.
A Fábrica de Equipamentos Comunitários (FAEC) foi uma das experiências mais marcante da vida de Lelé, apesar de ter durado pouco mais de três anos. Por meio da FAEC, foram criadas soluções inovadoras para a cidade, como a construção das famosas passarelas padronizadas, a sede da Prefeitura, mais inúmeras escolas, creches e postos de saúde – erguidos em até 15 dias, devido ao processo de construção industrializada adotado pela FAEC. Nessa época, também trabalhou ao lado de Lina Bo Bardi na recuperação do Centro Histórico.
Já em 1990, lançou-se ao projeto dos Centros Integrados de Ensino (CIACs), criado por Darcy Ribeiro e encampado pelo então presidente Fernando Collor. Recuperando os conceitos dos CIEPs do Rio de Janeiro, desenhados por Niemeyer, Lelé aprimorou as soluções desenvolvidas em Salvador e o programa executou dezenas de unidades em todo o Brasil.
Recentemente, em 2011, Lelé realizou um sonho antigo deixado pelo amigo Darcy Ribeiro: a construção do “Beijódromo”, memorial que abriga todo o acervo do antropólogo. O prédio, que é definido como mistura de oca de índio e disco voador, está instalado na Universidade de Brasília e segue os padrões construtivos criados pelo arquiteto. Além dessas obras, compõem o currículo de Lelé importantes edifícios como: o Terminal da Lapa, em Salvador; o Centro Comunitário de São Luís; o Hospital de Taguatinga, o Centro de Pesquisas Agropecuárias do Cerrado (Embrapa, Brasilia), o Tribunal Regional Eleitoral da Bahia e os Tribunais de Contas da União em Minas Gerais, do Rio Grande do Norte, do Piauí, de Alagoas, Sergipe, Mato Grosso e Espírito Santo, dentre muitos outros.
“Entre os protagonistas da arquitetura moderna do Brasil, Lelé é o arquiteto que leva mais longe as experiências de industrialização de componentes na construção civil – sobretudo em argamassa armada -, mesmo diante das condições precárias do país”, diz ensaio crítico de sua obra feita pela Biblioteca Itaú Cultural.

Memorial Darcy Ribeiro, em Brasília (DF). Projeto de João Filgueiras Lima (Lelé). Foto: Joana França.
COMEÇO DE CARREIRA – Carioca do subúrbio, ex-aluno da Escola Militar, depois músico boêmio e, finalmente, arquiteto e urbanista, Lelé ganhou esse apelido ainda criança, jogando futebol, por conta de um jogador do Vasco, meia-direita, posição preferida do arquiteto. Formou-se na Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro em 1955. Dois anos depois, aos 25, estava em Brasília, meio que empurrado pelos seus colegas de trabalho, que não viam grandes benefícios em abandonar a Cidade Maravilhosa para construir uma cidade no meio do Cerrado.
Candango legítimo, meteu-se em todas as etapas da construção: projetos, fundações, instalações elétricas, cálculos. Ouviu de Oscar Niemeyer, autor da cidade: “você vai resolvendo as coisas lá”. Repetiu a experiência e a parceria com Oscar na Universidade de Brasília, em 1962. Foi nessa época que conheceu Lucio Costa, quando ia ao Rio de Janeiro mostrar os projetos para a Colina, área residencial para os professores.
Foi nessa segunda oportunidade que ele desenvolveu técnicas de construções pré-fabricadas, algo ainda novo no Brasil, à época. “Era necessário tomar um conhecimento maior do problema técnico da obra. Então Darcy Ribeiro arranjou uma viagem para os países do Leste Europeu para que eu pudesse me especializar”, contou. “Não é que eu tenha vocação para ser construtor, mas acho que fui lançado nessa linha de trabalho”, dizia Lelé.
O sonho de fazer uma grande universidade com uma técnica inédita foi interrompida pelo golpe militar de 1964. Deixou a docência na demissão coletiva na UnB, mas logo depois recebeu de Oscar Niemeyer a tarefa de projetar o Hospital de Taguatinga, o primeiro projeto hospitalar de muitos que se seguiriam na carreira de Lelé. A partir daí, investiu cada vez mais nas suas pesquisas inovadoras, para hospitais e outros equipamentos públicos.
AMIGOS – Em seu livro autobiográfico, “Registro de uma Vivência”, Lúcio Costa menciona Lelé como um dos membros de tríade emblemática da arquitetura modernista brasileira, completada por ele próprio e por Niemeyer. Nas suas palavras:
“Oscar Ribeiro de Almeida Niemeyer Soares, arquiteto artista: domínio da plástica, dos espaços e dos voos estruturais, sem esquecer o gesto singelo — o criador. João da Gama Filgueiras Lima, o arquiteto onde arte e tecnologia se encontram e se entrosam — o construtor. E eu, Lucio Marçal Ferreira Ribeiro de Lima e Costa — tendo um pouco de uma coisa e de outra, sinto-me bem no convívio de ambos, de modo que formamos, cada qual para o seu lado, uma boa trinca: é que sou, apesar de tudo, o vínculo entre o nosso passado, o lastro — a tradição.”
Essa admiração por Lelé era acompanhada por Oscar Niemeyer. “Grande mestre da Arquitetura, mas tão humano e modesto que ainda encontra tempo para ver os amigos, bater papo, tocar seus sambas, pois, como eu, deve saber que tudo isso é muito mais importante que a Arquitetura”.
PRÊMIOS E HOMENAGENS – A contribuição à Arquitetura foi reconhecida por meio de diversos prêmios e homenagens. Uma das mais importantes foi a conquista da Medalha de Ouro da Federação Pan-Americana de Associações de Arquitetos (FPAA). A mais importante premiação de arquitetura das Américas, foi entregue ao arquiteto carioca durante o XXIV Congresso Pan-Americano de Arquitetos, em 2012.
Em 2001, já recebera o Grande Prêmio Latino-Americano na 9ª Bienal Internacional de Arquitetura e por duas vezes o Prêmio da Bienal Ibero-Aamericana de Arquitetura e Engenharia (em 1998 e 2002). No ano passado, foi um dos vencedores do Prêmio Jabuti com o livro “Arquitetura: Uma Experiência na Área da Saúde” (Ed. Romano Guerra)
Em 2012, Lelé participou da primeira edição do “CAU conversa com”, série de entrevistas com arquitetos e urbanistas de destaque no Brasil. Veja abaixo um trecho da entrevista:
VEJA AQUI VÍDEO, ARTIGOS E REPORTAGENS SOBRE O ARQUITETO:
- “Perfil e Opinião”, entrevista concedida à jornalista Denny Fingerguaio, do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia
- ‘Brasília, traço do (outro) arquiteto’, reportagem de Carolina Samorano e Zuleika de Souza, publicada na revista do “Correio Braziliense” de 11/05/2014
- “João Filgueiras, Lelé – Prêmio Trip Vida Transformadora 2009”, revista “Trip” reportagem de Fernanda Danelon e Guilherme Werneck, com fotos de Márcio Lima e Bruno Miranda, publicada na revista “Trip” (edição 185)
- “Um quebra cabeças chamado Lelé“, artigo de Sergio Kopinski Ekerman, publicado no portal “Vitruvius” e originalmente em número especial, dedicada ao Brasil, da revista suíça “Tracés”.
- “Perfil e Opinião”, entrevista concedida à jornalista Denny Fingerguaio, do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia
- “João Filgueiras Lima: Memorial de Darcy Ribeiro”, texto de Adilson Melendez, publicado na revista “Projeto Design” (edição 375)
TRABALHO ACADÊMICO SOBRE LELÉ:
- “A obra de João Filgueiras Lima no contexto da cultura arquitetônica contemporânea”, tese de doutourado de Ana Gabriella Lima Guimarães (orientador Hugo Segawa), FAU/USP (2010)
- “A obra do arquiteto João Filgueiras Lima, Lelé: projeto, técnica e racionalização”, dissertação de mestrado de André Felipe Rocha Marques (orientador Abilio Guerra), Universidade Mackenzie (2012)
BIBLIOGRAFIA SOBRE O ARQUITETO:
- “Arquitetura: uma experiência na área de saúde” (Museu da Casa Brasileira e Imprensa Oficial do Estado de São Paulo)
- “João Filgueiras Lima-Lelé” (Editorial Blau, Instituto Lina Bo e P.M.Bardi)
- “Arquitetura de Lelé: fábrica de invenção” (Editora Imprensa Oficial)
- “Olhares: visões sobre a obra de João Filgueiras Lima” (diversos autores, Editora da UNB).
obrigado pelas pesquisas pois o Lelé é um dos casos de estudo para formalização do meu T F G de graduação em Arquitetura e Urbanismo. porém preciso de encontrar desenhos das plantas arquitetonicas da residências dos professores na colina, por favor a onde eu a encontraria, o muito obrigado.
O difícil é conviver com o “a vida continua”. Nosso querido Mestre vai fazer muita falta. Viva a memória do Dr. Lelé!!!
Caros colegas, semana difícil com a perda de dois grandes arquitetos, “Homens do Bem”, Miguel e Lelé ! Restará seguirmos sempre, com muita coragem, o exemplo dos mestres…fica aqui meu abraço e um muito obrigado !
Apenas um ajuste fino, para que a biografia arquitetônica deste admirável profissional não seja confundida com a criação do CAB. Esta foi um ato autoritário de ACM, implantado numa área inicialmente destinada a um centro de pesquisa de apoio ao polo petroquímico da Bahia. Por ter tido parte numa comissão de Revisão desse possível plano diretor – 84/86, nunca se conseguiu encontrar esse PD, caso tenha se existido. O que se deduziu é que após a implantação aleatória das sedes algumas secretarias estaduais, surgiu a necessidade de integrá-las, daí o projeto de um sistema viário básico.
As plataformas projetadas por Lelé, além dos aspectos destacados pelo biógrafo, introduziram a possibilidade de se trabalhar com divisórias moduladas, a partir de pontos de redes energia elétrica distribuídas pelo piso, e de redes hidro-sanitárias…
Roberto Cortizo, arquiteto e professor da Ufba, aposentado
Luis Figueiras de Lima, o Lelé, era o arquiteto que sabia como nenhum outro projetar e idealizar o espaço, pensando verdadeiramente no ser humano. Seus hospitais, os da Rede Sarah Kubitschek, é um exemplo de humanização e prova como a arquitetura pode interferir na recuperação da nossa saúde. Ele mostra que o contato com a natureza, o uso da luz e da ventilação natural, são estratégias fundamentais para tornar um edifício não apenas sustentável, mas acima de tudo, um espaço adaptado para nossas necessidades, com o poder de influenciar diretamente na nossa qualidade de vida.
Lelé, um grande arquiteto.
Grande inspiração para todos que trabalham com arquitetura hospitar, com arquitetura bioclimática e com estruturas metálicas.
Humanização da saúde passa obrigatoriamente pela humanização do edifício hospitalar.
Lelé, obrigada por sua contribuição à arquitetura brasileira!
Um grande mestre da Arquitetura internacional, merecedor de todas as honrarias pelo amor, trabalho e sabedoria como fontes de nossas vidas, celebrando sempre uma Brasil e uma Arquitetura mais justa, mais bela e mais humana. Eu tive essa grande oportunidade de trabalhar e conviver com seus preciosos valores, princípios, ensinamentos, com sua arte e sua música, Uma vida dedicada a humanidade.
Grande mestre, que deixou enormes exemplos da sua arte e técnica aqui na nossa capital baiana: O Centro administrativo, que foi o marco da descentralização de Salvador; o Hospital Sara; as Passarelas, que trouxe inovação para a cidade, entre outras inúmeras criações do arquiteto e mestre Lelé.
Sei que Deus deu a ele a sabedoria e reservou para o mesmo o melhor espaço arquitetônico na outra dimensão da sua existência, onde continuará sua obra.
ORGULHO DE TERMOS TIDO LELÉ,O NOSSO MAIOR ARQUITETO-
fusão da arquitetura socialmente engajada com a arte e a tecnologia.
Um ser humano completo.
– Dever cumprido, Lelé.
Tania Horta
O Brasil perdeu um grande profissional, que era preocupado com espaço, pessoas e forma!
Precisamos aprender muito com a trajetória dessa pessoa especial.
Ter o privilégio de desfrutar da amizade de Lelé enriqueceu a minha vida. Sua generosidade, genialidade e respeito humano deixaram marcados seus trabalhos e a memoria universal. A sua maior riqueza são seus conceitos e ensinamentos que ficaram registrados em sua obra.
Lelé deixa além da tristeza, por sua perda, a certeza de que neste país, não é suficiente ser um gênio, além de todas as suas virtudes.
E é doloroso ver a hipocrisia das pessoas elogiando a grandiosidade de Lelé, quando sabemos da luta que ele travou, contra os representantes da construção civil e de seus dependentes, de engenheiros fiscais à políticos, e como foi castigado, por provar que suas obras, além da qualidade técnica e artísticas, podiam ser muito mais baratas do que as obras inexpressivas e duvidosas que vemos não só na Bahia, como no resto do país.
Lelé pagou caro pela ousadia de mostrar que o rei estava e está nu. Mas o sistema é cruel e agora….viva o Lelé.
Qué pena! Se fue otro grande…por suerte pude ver algunas de sus obras en Bahía. ..
Tudo que se dizer agora sobre o Lelé será insuficiente para dimensionar sua importância como arquiteto e cidadão deste nosso país. Sua criatividade e generosidade eram, ao mesmo tempo, siamesas e imensuráveis. Ele foi uma daquelas pessoas das quais o Brecht nos dizia serem imprescindíveis, pois lutam por toda a vida. Cumprida a sua missão na Terra, que siga em paz para a eternidade…sentiremos sua falta mestre!
A notícia trouxe-me,de imediato muita saudade,pois na década de 80,tive a imensa alegria de conhecer pessoalmente,em evento do IAB/RS ,este “construtor” de idéias coloridas e sinuosas,quase um brinquedo sua arquitetura,mas rigorosa na sua funcionalidade.Ao final conversamos,e recebi autografado,um de seus livros,onde seus croquis carregavam a energia,e lembrança dos traços de Oscar Niemeyer,seu parceiro em grandes desafios,na NOVACAP(DF).
Creio que os grandes mestres de nossa arquitetura no Brasil,ao nos deixar,estejam reunindo-se,e quem sabe,nos emanem sua sabedoria,através das novas gerações,e assim possamos avançar muito ainda.É uma maneira de pensar,na frágil possibilidade que sem dúvida possam estar ao nosso lado,ao riscar nossos projetos de hoje e de amanhã.Espero que seus familiares acolham meus sentimentos e pesar.
É uma tristeza profunda. Espero que consigamos nos aproximar cada vez mais de suas lições.
Perdemos o nosso fio condutor na produção da arquitetura logo agora que o debate se intensifica sobre as nossas responsabilidades perante a sociedade brasileira. Mas acima de tudo perdemos o amigo. Foi de grande ajuda na fábrica de Argamassa Armada construída em Natal-RN em 1987. Alguma obras desta iniciativa ficaram, assim como o seu grande legado humano e profissional. Depois de Miguel Pereira, agora Lelé. É muita dor junto.
Ronald de Góes
Neste caso o “insubstituível” fica aquém da sua importância. Nem Lucio, nem Oscar nem outro arquiteto levou tão adiante tantas propostas para transformar com justeza a realidade da miséria brasileira – da moradia à educação. Lelé fará falta a muitas gerações.
Uma figura digna que sempre mereceu toda nossa admiração! Mesmo quando discordamos sobre um ou outro ponto. Sempre correto, atencioso
E nenhuma soberba apesar de toda sua enorme competência, conhecimento e talento. Uma lacuna surgiu na arquitetura brasileira…