Último dia de evento abre espaço para temas político-sociais
11 de dezembro de 2012 |
O último dia de evento contou com a participação do conselheiro César Dorfman, coordenador da Comissão de Política Profissional do CAU/BR para conduzir os trabalhos, além de Lionel Carli, presidente da Ordem dos Arquitetos Franceses – OAF e Mauricio Rivero Borrel – arquiteto membro da União Internacional dos Arquitetos – UIA como palestrantes.
Lionel Carli foi o primeiro palestrante a se apresentar, com o tema “Concursos de arquitetura como modelo para contratos públicos baseados na qualidade”. Carli iniciou a sua apresentação comentando sobre os benefícios de escolher projetos que passem por concursos públicos. A primeira vantagem é a de poder selecionar o melhor projeto para a concretização da obra. Outro ponto positivo é a visibilidade que os arquitetos ganham, aspecto importante para os profissionais que não possuem muitas referências.
Carli também discorreu sobre as normas para a realização de um concurso público. ”Temos regras fixadas por uma diretriz europeia, que estabelece um patamar para a organização desses concursos. Existem regras precisas para a prestação dos serviços, para a composição do projeto e a escolha do júri, por exemplo”, comenta.
Os pré-requisitos estabelecidos são bastante rígidos, para que todos se coloquem de forma equânime no processo do concurso. Existe o dossiê para os consultores, onde tem as regras do concurso, assim como outras especificações, todas de acordo com as regras de mercado europeias. A escolha do projeto vencedor é feita anonimamente pelo júri, com a intenção de selecionar o melhor trabalho baseando-se em sua qualidade. Após a seleção, é feita a negociação do projeto. “O dono da obra designa o vencedor e estabelece a negociação com ele. Uma vez o contrato negociado, é adjudicado”, finaliza.
O palestrante Mauricio Borrel discorreu sobre o tema “Os jovens e a prática profissional globalizada, uma oportunidade séria“. Borrel começou a palestra dando um breve histórico da criação de entidades no México. Explica também que nos dias atuais essas entidades lutam para representar o grupo de arquitetos, pois não há controle direto por parte de alguma entidade. A situação ficou mais delicada depois do surgimento de coiotes, termo utilizado para designar a pessoa que assina os projetos no lugar do arquiteto, em troca de pagamento.
Para o palestrante, é necessária uma participação político-social por parte dos arquitetos para que a concretização dos objetivos e necessidades desses profissionais sejam atingidas. “Nosso objetivo é servir a sociedade. A questão é como manejar, se não tivermos líderes políticos e não nos tornarmos a voz da sociedade? Se não chegarmos ao governo, todas as boas intenções ficarão apenas na teoria. Para conseguir uma liderança concreta em benefício de todos, é necessário uma liderança”, justifica.
Por fim, ocorreu um debate moderado pelo conselheiro César Dorfman, que contou com a presença dos representantes da OAF, FCARM, CSCAE, AIA. A discussão se deu em torno do segundo módulo: “Políticas públicas dos conselhos de arquitetura”, com os temas “Obras públicas e padrões de normas de construções”, “Políticas sociais e de utilidade pública”, “Ações de sustentabilidade ambiental” e “Parcerias e incentivos”.
Realmente é muito importante a participação político-social dos arquitetos. Me entristece ver como a categoria descamba para o fazer solo. A participação nas questões de âmbito político-social é mínima. Sinto falta de grupos de estudo promovido pelas entidades.